No primeiro post da série Roteiro em Foz do Iguaçu, falamos sobre o nosso passeio no lado brasileiro do Parque Nacional do Iguaçu.
No post de hoje, mostraremos o lado argentino das Cataratas do Iguaçu, com dicas de atividades, trilhas, imigração e muito mais. Ao final, faremos uma comparação entre os dois lados das Cataratas (Argentina e Brasil).
Para quem ainda não sabe, os lados argentino e brasileiro são separados pelo rio Iguaçu, que forma inúmeras quedas d´água, antes de se encontrar com o rio Paraná. Ambos os parques foram declarados Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco e oferecem vistas de tirar o fôlego.
Neste post você irá encontrar
- Como chegar ao Parque Nacional Iguazú (Argentina)
- Funcionamento do Parque Nacional Iguazú
- Roteiro no Parque Nacional Iguazú
- Onde se hospedar próximo ao Parque Nacional Iguazú
- Comparação entre lado argentino e o lado brasileiro do parque
1) Como chegar no Parque Nacional do Iguaçu, lado argentino
O Parque Nacional Iguazú está localizado a 18 km da cidade de Puerto Iguazú, na província das Misiones na Argentina.
Para nós brasileiros, a melhor maneira de chegar até lá é a partir de Foz do Iguaçu, uma cidade no oeste do Paraná, com boa infraestrutura turística e que oferece voos diretos para diversas regiões do Brasil.
Cruzando a fronteira
O centro de Foz do Iguaçu está a apenas 12 km do centro de Puerto Iguazú e você pode cruzar a fronteira de Brasil e Argentina de carro, ônibus, táxi ou transfers contratados.
Em nossa viagem, cruzamos a fronteira de duas formas diferentes: ônibus, que foi um horror (explicaremos no post sobre as Missões Jesuítas da Argentina) e de transfer com a empresa Combo Iguassu, que foi rápido, eficiente e muito menos burocrático. De maneira sucinta, quando se faz a imigração de ônibus, todos os passageiros precisam desembarcar, formar uma fila, passar as bolsas pelo raio-x e fazer a imigração a pé. Após todos esses procedimentos, você embarca no mesmo ônibus e aguarda todos os passageiros fazerem o mesmo. Quando se faz com o transfer, não é necessário nem descer do carro. Basta passar por um guichê, apresentar o documento de identificação e seguir viagem.
Lembre-se de levar passaporte válido ou carteira de identidade. Carteira de motorista não é aceita no procedimento de imigração.
Imposto Municipal em Puerto Iguazú
Algumas coisas na Argentina são bem esquisitas para nós brasileiros. Na volta do Parque Nacional Iguazú, em direção à Puerto Iguazú, provavelmente o seu carro será parado no meio da estrada, por agentes de turismo de Puerto Iguazú, para cobrar um “imposto municipal” de cerca de 20 pesos argentinos ou 5 reais (valores de dezembro de 2016).
Você terá que pagar esse valor em espécie. Guarde o recibo, pois ele tem validade de 30 dias e, caso você retorne à Puerto Iguazú neste período, não terá que pagar a taxa novamente. O mais estranho de tudo é que se você estiver vindo de outras regiões, como Posadas por exemplo, basta falar que não estava nas Cataratas e você não terá que pagar imposto algum. Isso aconteceu com a gente na primeira vez e custamos a entender o que estava acontecendo, já que eles não explicam absolutamente nada, apenas mandam você pagar 20 pesos.
2) Funcionamento do Parque Nacional Iguazú
Diferentemente do lado brasileiro, no lado argentino não é possível comprar o ingresso pela internet e cartões de crédito não são aceitos nos guichês. É necessário levar moeda argentina em espécie, já que o Real também não é aceito. Consulte os valores e horários de funcionamento no site oficial do Parque Nacional Iguazú.
Ingresso comprado, é hora de entrar no parque e começar a explorá-lo.
O Parque Nacional Iguazú apresenta boa estrutura de passarelas, que passam por cima das quedas d´água e oferecem visões diferentes daquelas obtidas na parte brasileira das Cataratas.
As principais trilhas do parque são o Circuito Inferior, o Circuito Superior e a Garganta do Diabo. As três trilhas são consideradas fáceis e podem ser percorridas no mesmo dia. Para acessar o início da trilha Garganta do Diabo será necessário pegar o trenzinho incluído no ticket do parque. Todas as outras são acessíveis a pé a partir do Centro de Visitantes.
Para acompanhar o nosso roteiro e entender melhor o funcionamento do parque, veja a seguir o mapa oficial das Cataratas do Iguazú, com todas as trilhas e pontos de interesse. Lembre-se de pegar esse mapa no Centro de Visitantes antes de começar a sua visita.
De maneira geral, o parque é bem organizado e oferece área com banheiros e lanchonete no início de todas as trilhas. Além disso, existe uma ampla praça de alimentação e lojinhas próxima ao Centro de Visitantes.
3) Roteiro no Parque Nacional Iguazú
A atração mais famosa do parque é a Trilha Garganta do Diabo, que leva o visitante até um mirante, de onde se pode chegar bem perto da queda mais volumosa de todo o parque. A visão que se tem dali é de uma imagem similar a um gigantesco funil que engole todo o rio. É realmente hipnotizante!
Por esse motivo, a maioria dos turistas seguem primeiro para essa atração, o que faz com que ela seja a mais concorrida assim que o parque abre.
Seguindo as dicas da Lurdes, a motorista que nos levou até o parque, começamos o dia pelo Circuito Inferior, passamos pelo Circuito Superior e finalizamos na Trilha Garganta del Diablo. Foi um roteiro bem eficiente e conseguimos, de certa forma, dispersar das inúmeras excursões.
Outra vantagem é que você não precisa do trem para seguir até o início do Circuito Inferior. Basta seguir a trilha Sendero Verde e rapidamente você encontrará o início dos circuitos Inferior e Superior.
OBS: perde-se muito tempo esperando o trem do parque.
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Circuito Inferior
Este circuito, de aproximadamente 1,7 km de extensão, permite ao visitante ter uma visão de baixo para cima das Cataratas. A trilha, considerada fácil, passa por outras cachoeiras no caminho, como o Salto Dos Hermanas e o Salto Chico. Tempo estimado: 1h30min a 2 horas.
A partir do Circuito Inferior, é possível pegar um barco, incluído no ticket de entrada, que leva os visitantes até a Ilha de San Martin. Lá é possível fazer uma trilha de nível difícil, mas curta (700 metros), que chega a um mirante bem próximo às principais quedas de água do parque. Infelizmente, quando fomos, esses barcos não estavam operando.
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Circuito Superior
Após o Circuito Inferior, é hora de percorrer o Circuito Superior, com cerca de 1,7 km de passarela e nível fácil. Tempo estimado: 2 horas.
Ao contrário do Circuito Inferior, a vista agora é de cima para baixo. Você passará por cima de várias quedas d´água, como os Saltos Bossetti, Adan y Eva, Bernabé Méndez, Mbiguá e San Martin.
Atenção: a trilha é desenvolvida em sentido único e você termina exatamente na Estação Cataratas, de onde se pega o trem para a Trilha Garganta do Diabo.
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Garganta do Diabo
Esta trilha curta e fácil (2,2 km ida e volta), leva o visitante ao ponto alto do parque: a Garganta do Diabo. Tempo estimado: 1h30min a 2 horas.
Como falamos anteriormente, você chegará por cima e bem perto da maior queda de água de todo o parque.
Aproveite para apreciar o cenário, é “monstruoso” de lindo!
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Centro de Visitantes (Centro de Interpretação)
Se você percorreu todo o parque e ainda tem tempo, é hora de conhecer o pequeno museu localizado dentro do Centro de Visitantes.
Lá você aprenderá um pouco sobre a fauna e a flora local e a relação do homem com a selva. Você também conhecerá os povos que ocuparam a região, desde os primórdios até os dias atuais.
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Outras atividades
Se você tem mais tempo e bom condicionamento físico, ainda poderá percorrer a trilha Sendero Macuco, de nível médio a alto, e 7 km de extensão (ida e volta). Infelizmente quando fomos, esta trilha também estava fechada.
Por fim, o parque ainda oferece, pago a parte, alguns passeios de barco ou de jipe pela selva. Não fizemos nenhum desses passeios e não poderemos opinar.
4) Onde se hospedar próximo ao Parque Nacional Iguazú
A cidade de Puerto Iguazú é bastante simples e não oferece tantas opções de hospedagem.
De maneira geral, não achamos a cidade tão simpática, nem com bom custo-benefício.
Preferimos nos hospedar na região central de Foz do Iguaçu, que é próxima à Puerto Iguazú, mas oferece uma estrutura turística infinitamente melhor.
À convite do hotel Best Western Tarobá, ficamos hospedados 3 noites na cidade. O hotel é super bem localizado, rodeado por bares e restaurantes e a apenas 240 metros do TTU – o Terminal de Transporte Urbano de Foz do Iguaçu.
Os quartos são confortáveis e oferecem ar condicionado e frigobar. Além disso, o hotel dispõe de recepção 24 horas, agência de turismo (Combo Iguassu), estacionamento gratuito, sala de jogos, playground, piscina e academia. Recomendamos!
5) Comparação entre lado argentino e o lado brasileiro do parque
Durante a nossa viagem, muitas pessoas nos perguntaram sobre as diferenças entre os lados brasileiro e argentino das Cataratas e qual seria o melhor.
A resposta para essa pergunta é bastante complexa, mas tentaremos fazer um balanço.
Achamos o lado brasileiro mais organizado, com uma infraestrutura melhor e funcionários mais bem preparados. Não ter que fazer imigração é também uma vantagem para nós brasileiros.
Do lado brasileiro, tem-se uma vista panorâmica incrível das Cataratas, já que a maioria das quedas d´água ficam do lado argentino. Além dessas vantagens, o parque ainda oferece diversas atividades diferentes como o Macuco Safari, a Trilha do Poço Preto e a trilha das Bananeiras.
Visitamos o lado brasileiro em uma segunda-feira e o lado argentino em uma terça-feira. Achamos o lado argentino muito mais cheio, inclusive de grandes excursões, do que o lado brasileiro. De qualquer forma, para ter uma experiência mais confortável, evite visitar ambos os lados nos finais de semana ou em feriados.
O lado Argentino, por sua vez, também tem boa estrutura (um pouco mais simples), mas possui um sistema de passarelas (trilhas) bem maior do que o lado brasileiro. Além disso, você caminha por cima das cataratas e tem uma visão diferente da que se tem do Brasil. Também oferece passeio de barco, mas o ponto alto do parque é sem dúvida a Garganta do Diabo, que é hipnotizante!
Se você não pretende fazer atividades opcionais e pagas à parte, provavelmente terá mais atividades para fazer no lado argentino do que no lado brasileiro, já que, como falamos, o sistema de trilhas na Argentina é bem maior do que no Brasil.
Em resumo:
Você encontrará atividades e cenários diferentes nos lados brasileiro e argentino. Se você chegou até Foz, não vale a pena escolher apenas um. Conheça os dois parques e separe 1 dia para cada um deles. Definitivamente, eles se completam!
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23 Comentários
Pingback: Roteiro Foz do Iguaçu – Guia indispensável e SUPER completo
lindo lugar um dia ainda vou conhecer
e meu sonho ir ai
Olá, Maria Helena!
Obrigado pelo comentário.
Vale super a pena!
Qualquer dúvida, estamos aqui.
Abraços
Cris e Renato
Torcemos por isso!
O lugar é realmente incrível.
Boas viagens para você!
Abraços
Cristina e Renato
Olá, casal. Parabéns pelo blog, estou adorando!
Nesse passeio pelo lado argentino, as trilhas são sempre pela passarela? Acham tranquilo para idosos?
Obrigada!
Olá Gabriela,
Que bom que você gostou do nosso blog, ficamos muito felizes em saber. 🙂
Esse passeio é adequado para pessoas de todas as idades. Quando a trilha não é em passarela, o piso é bem plano e nivelado, não apresentando maiores dificuldades. Vimos pessoas de diversas idades percorrendo as trilhas, desde crianças pequenas até idosos. Além disso, a existência do trenzinho ajuda muito para chegar nas diversas regiões do parque sem ter que caminhar tanto.
Abraço e boa viagem,
Renato
Blog Pegadas na Estrada
Só visitei o lado brasileiro, e já faz muito tempo. O lado argentino parece ser tão lindo quanto, e concordo com vocês, vale a pena visitar.
Olá, Beneth! Vale sim, a região inteira é linda. Quem vai em um, vai em dois, rs. Vale a pena incluir também a região das Misiones Argentina. Muita história e patrimônio da Unesco cercados por florestas. Obrigado pelo comentário. Abraços, Cristina e Renato.
Uauu, como sempre, lindas fotos que deixam o leitor babando aqui. Tá ai um destino no Brasil que tenho até vergonha de dizer que ainda não conheço. Já programei de ir, mas nunca deu certo. Preciso tomar vergonha e planejar uma viagem para Foz.
Abraços
Sério? ahhh, você precisa ir sim. Dê uma olhada no roteiro completo que escrevemos, tem muita dica legal. E tente incluir as Missões Argentinas na mesma viagem, vale muito a pena. Obrigado pelo comentário. Abraços, Cristina e Renato.
Que post lindo e completo! Eu fiquei encantada com o lado argentino, achei maravilhoso! E as trilhas são ótimas, mesmo para os iniciantes como eu hahaha a parte que mais gostei foi a Garganta do Diabo <3
Olá, Débora! Obrigado pelo comentário. A Garganta do Diabo é realmente incrível. Uma paisagem de tirar o fôlego! Abraços, Cristina e Renato.
Estive lá em dezembro do ano passado e concordo com vocês, os dois lados se completam e merecem uma visita. A Garganta do Diabo é realmente impressionante!!
Olá, Aline! Verdade. Se a pessoa chegou até Foz, precisa conhecer os dois lados. Amamos também. Abraços, Cristina e Renato.
Muito legal! Conhecer de perto esses cenários lindos e ainda poder ir a dois países de uma vez só. Quero fazer essa viagem!
Olá, Mariana! Você vai gostar sim. As paisagens são realmente incríveis. Tente incluir as Missões Argentinas na mesma viagem. Escrevemos um post sobre elas também. Abraços, Cristina e Renato.
Oie. Será que dá pra conhecer os dois lados em um dia: Ou é muito corrido?
Olá Verônica,
Não dá tempo de fazer os dois lado em um dia só não. Os parques dos dois lados são grandes e se perde muito tempo para chegar até as cataratas. Além disso, principalmente no lado argentino, as caminhadas são muito longas. Por fim, você ainda deve perder algum tempo nos procedimentos de imigração na fronteira. Acredito que, se você não puder ir um dia em cada lado, o melhor é escolher um e curtir sem pressa.
Abraço,
Renato
Blog Pegadas na Estrada
Maravilhoso o post! Super completo! Parabéns.
Olá, Márcio! Muito obrigado pelo comentário! Curtimos demais as cataratas, tanto do lado argentino, quanto do lado brasileiro. Cada um com uma proposta, mas ambos bem interessantes! Abraços, Cristina e Renato.
Foz é o máximo! Quando visitamos, só ficamos no lado brasileiro, mas na próxima, com certeza vamos ao lado argentino também! Abraços
Olá, Luciano e Andrea! Que bom que vocês também curtiram! O lado argentino vale muito a pena também, uma outra proposta para a natureza linda da região. Recomendamos! Abraços, Cristina e Renato.