Parque Nacional Uluru-Kata Tjuta, Austrália: dicas e roteiro

4

Localizado no Território do Norte, Austrália, o Parque Nacional Uluru-Kata Tjuta, declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO,  abriga as mais famosas formações rochosas do Outback Australiano (Uluru e Kata Tjuta).

Ícone natural mais conhecido da Austrália, o Uluru é uma pedra única de arenito, com aproximadamente 348 metros de altura (boa parte dela está abaixo do nível do solo), que se destaca em meio ao deserto australiano.

Uluru roteiro

Uluru, Austrália! Foto: CFR / Blog Pegadas na Estrada

O Kata Tjuta, por sua vez, é um conjunto de 36 rochas em formato de colmeia, que se formaram há aproximadamente 500 milhões de anos atrás.

Kata Tjuta

Kata Tjuta, Austrália. Foto: CFR / Blog Pegadas na Estrada

Ambos são considerados sagrados pelos povos aborígenes que habitam a região. Por causa da importância histórica e cultural das formações, o Parque Nacional Uluru-Kata Tjuta é administrado por uma gestão conjunta entre o Serviço de Parques Nacionais Australianos e a comunidade aborígene local.

Quem visita a região, não pode deixar de conhecer também o Parque Nacional Kings Canyon: um lugar único no Outback, com ótimas opções de trilhas e que está localizado a aproximadamente 300 km de distância do Parque Nacional Uluru-Kata Tjuta, no caminho para Alice Springs. Para conhecer um pouco sobre o Kings Canyon e entender o porquê de ele ser um destino imperdível, leia o post “Kings Canyon: a pérola do Outback Australiano“.

Em março de 2017, fizemos uma road trip de 5 dias pelo Outback Australiano. Nos primeiros posts da série, falamos sobre a cidade de Alice Springs e sobre a nossa experiência e roteiro no Kings Canyon.

No post de hoje, detalharemos as atrações que visitamos no Parque Nacional Uluru-Kata Tjuta, além de dicas de hospedagem e outras informações.

1) Roteiro no Parque Nacional Uluru-Kata Tjuta

Dia 1: Kings Canyon Rim Walk (Kings Canyon) + viagem até o Parque Nacional Uluru-Kata Tjuta (4 horas) + pôr do sol no Uluru

Este dia é uma continuação do último dia do post “Kings Canyon: a pérola do Outback Australiano“. Após fazermos a trilha Kings Canyon Rim Walk, pegamos as estradas A3 e A4 e dirigimos por aproximadamente 4 horas até Ayers Rock, onde nos hospedamos.

Antes de chegarmos em Ayers Rock, fizemos uma breve parada no Mt. Conner Lookout (-25.306020, 131.940433) para tirarmos fotos do Mt. Conner. Esse monte, que é muitas vezes confundido com o Uluru pelos turistas, foi “carinhosamente” apelidado pelos habitantes locais de FOOL-luru por conta dessa confusão.

Mt. Conner Lookout

Mt. Conner Lookout, Austrália. Foto: CFR / Blog Pegadas na Estrada

Do outro lado do Mt Conner Lookout, atravessando a estrada, é possível subir um pequeno caminho entre dunas, de onde se vê um lago formado de sal.

Por volta das 18:00, seguimos para o Uluru Car Sunset Viewpoint, onde presenciamos um dos pores do sol mais lindo da Austrália. Clique aqui para ver o mapa

Pôr do sol Uluru

Pôr do sol Uluru. Foto: CFR / Blog Pegadas na Estrada

Dia 2: Trilhas no Kata Tjuta

Localizado a aproximadamente 40 km do Uluru, a região que abriga o Kata Tjuta oferece diversas opções de trilhas, que permitem ao viajante chegar mais perto das formações rochosas em formato de colmeia.

O que fazer Uluru Kata Tjuta

Sunset Viewing, Kata Tjuta. Foto: RMA / Blog Pegadas na Estrada

A nossa ideia inicial era fazer as trilhas Valley of the Winds Walk e Walpa Gorge Walk. O circuito completo da Valley of the Winds Walk tem 7,4 km, mas você pode optar por ir somente até o primeiro mirante (Karu Lookout) ou até o segundo mirante (Karingana Lookout). Em dias de calor intenso, acima de 36º C, a trilha fica fechada além do Karu Lookout. A Walpa Gorge Walk, por sua vez, possui 2,6 km (ida e volta), que podem ser percorridos em aproximadamente 1 hora. Clique aqui para ver o mapa da região.

No entanto, tivemos um problema elétrico na nossa campervan e perdemos um dia inteiro para resolver o problema. Por conta disso, não pudemos fazer essas trilhas, mas paramos nos mirantes Kata Tjuta Dune Viewing Area e Sunset Viewing.

Uluru-Kata Tjuta

Kata Tjuta Dune Viewing Area. Foto: CFR / Blog Pegadas na Estrada

Roteiro Uluru

Sunset Viewing, Kata Tjuta. Foto: CFR / Blog Pegadas na Estrada

Dia 3: Nascer do sol no Uluru + Passeio de bike + Retorno para Alice Springs

Começamos o dia no Sunrise Viewing Area (Talinguru Nyakunytjaku), onde o sol amanhece e bate lentamente no Uluru, tornando o vermelho da rocha ainda mais intenso.

Sunrise Viewing Area Uluru

Sol nascendo no Sunrise Viewing Area. Foto: CFR / Blog Pegadas na Estrada

Pontos interesse Uluru

Sunrise Viewing Area, Uluru. Foto: CFR / Blog Pegadas na Estrada

Por volta das 08:00, alugamos duas bicicletas com a empresa Outback Cyclingpara percorrermos a trilha Base Walk. Esta trilha, de 10,6 km, circula a base de todo o Uluru e pode ser feita a pé ou de bicicleta.

Outback Cycling Uluru

Bicicletas alugadas com a Outback Cycling. Foto: CFR / Blog Pegadas na Estrada

O aluguel da bicicleta inclui capacete e vale pelo período de 3 horas, tempo suficiente para dar a volta no Uluru com bastante calma. O valor cobrado em março de 2017 era 45 dólares por bike para esse período. Para encontrar a “loja” você deve ir ao Cultural Centre e procurar pelo ônibus da empresa no estacionamento (veja no mapa).

Bicicleta Uluru Austrália

Ônibus da Outback Cycling. Foto: RMA / Blog Pegadas na Estrada

A empresa também oferece tours e aluguel de bikes em outras localidades. Vale a pena acessar o site oficial da Outback Cycling e conferir os preços e opções.

Essa foi, sem dúvida, uma das grandes experiências que tivemos no Uluru. Conseguimos percorrer a trilha em menos tempo do que se a fizéssemos pé, otimizando o nosso tempo, e aliamos atividade esportiva com atividade cultural. Foi demais!

Bike na trilha Base Walk Uluru-Kata Tjuta

Bike na trilha Base Walk. Foto: RMA / Blog Pegadas na Estrada

Bike Austrália

Bike na trilha Base Walk. Foto: RMA / Blog Pegadas na Estrada

Importante: durante o verão, não é recomendado começar a trilha Base Walk após às 09:00 da manhã, pois a temperatura pode facilmente passar dos 40º graus e há riscos de insolação/desidratação.

2) Horário do nascer e do pôr do sol no Uluru e no Kata Tjuta

O nascer e o pôr do sol são, sem dúvida, o ponto alto da visita ao Uluru / Kata Tjuta.

Para saber com precisão o horário em que o sol vai se pôr ou nascer, recomendamos consultar o site Time and Date. É importante lembrar que o horário que consta no site é o horário em que o sol some ou surge no horizonte.

É aconselhável, então, chegar no Sunset Viewing com pelo menos 30 minutos e no Sunrise Viewing com pelo menos 15 minutos de antecedência para que você possa ver a mudança de cor na montanha à medida em que o sol sobe ou desce.

3) Funcionamento do Parque Nacional Uluru-kata Tjuta

O Parque Nacional Uluru-Kata Tjuta é administrado conjuntamente pelo Serviço de Parque Nacional Australiano e pelos povos aborígenes locais, denominados Anangu.

A entrada do parque é paga e tem validade de 3 dias consecutivos. O ticket pode ser comprado na entrada do parque por pessoa (25 dólares) ou por família de até 2 adultos e 2 ou mais crianças (65 dólares). Crianças de 5 a 15 anos pagam 12,50 dólares. Crianças menores de 4 anos não pagam entrada.

Além do ticket para 3 dias, é possível comprar passes anuais individual, por carro ou por moto. Para consultar os valores atualizados, clique aqui.

4) Onde se hospedar

A região do Parque Nacional Uluru-Kata Tjuta é bastante carente de hotéis e as hospedagens costumam ter preços elevados.

As hospedagens existentes estão localizadas a cerca de 7 km da entrada do parque. Seguem algumas opções:

Na região, você também encontrará o Ayers Rock Campground, uma enorme área paga com espaços para camping e campervans, além de cabines com banheiro compartilhado.

5) Como chegar no Parque Nacional Uluru-kata Tjuta

Ayers Rock é servida por um pequeno aeroporto, com voos para Melbourne, Sydney, Alice Springs e Cairns. Apesar disso, decidimos começar e terminar nosso roteiro pelo Outback em Alice Springs por uma série de motivos:

  • Em geral, as locadoras de veículo não permitem trajeto único neste trecho, ou seja, não é possível alugar o carro em uma cidade e devolver em outra.
  • Alice Springs possui uma infraestrutura turística melhor, com um supermercado mais barato e com mais opções para você comprar o que for preciso para a sua road trip no deserto.
  • Alice Springs tem mais opções de voos, ficando mais fácil encontrar um voo em um horário que seja mais conveniente para sua viagem.

Em nossa opinião, portanto, só vale pena chegar pelo aeroporto de Ayers Rock se o seu interesse for visitar apenas a região do Uluru e o Kings Canyon. Caso tenha interesse em conhecer também o West Macdonnell e Alice Springs, provavelmente, começar e terminar em Alice Springs será a melhor escolha.

O que fazer Outback Austrália

E assim finalizamos a nossa Road Trip pelo Outback Australiano! Foto: RMA / Blog Pegadas na Estrada

Gostou deste post? Reserve os seus hotéis em qualquer destino pela caixa do Booking.com abaixo. Você não gasta nenhum centavo a mais por isso, mas o nosso site recebe uma pequena comissão, que nos ajuda a escrever estes guias gratuitos de viagem.



Booking.com

Pensando em conhecer o Parque Nacional Uluru-Kata Tjuta? Dê um pin na foto abaixo e salve este conteúdo no seu Pinterest para consultá-lo depois. É simples, rápido e prático!

Uluru-Kata Tjuta

 * As bicicletas que utilizamos para percorrer a trilha Base Walk foram uma cortesia da empresa. Todos os relatos descritos neste post, no entanto, foram baseados em nossas experiências reais e refletem a nossa opinião.

Compartilhar

Sobre o autor

Ela, cheia de imaginação e criatividade. Acredita que o mundo está logo ali. Se vai para o Canadá, por que não dar uma esticadinha até a Rússia, passando pela Islândia e pela Escandinávia? Ele, viajante mais pé no chão, pesquisa todos os detalhes e nunca se mete em furada ou confusão. Juntos, um equilíbrio, e muitas histórias para contar!

4 Comentários

  1. Parabéns pelo post, muito completo e com ótimas dicas e informações! Acho que em dezembro conseguirei fazer essa road trip. Abraço

    • Olá, Edvin!

      Que bom que você gostou do nosso post. Ficamos muito felizes em saber! 🙂

      Tenho certeza que você vai curtir essa viagem. O Outback Australiano é um destino incrível para fazer um road trip.

      Abraço e boa viagem!

      Renato
      Blog Pegadas na Estrada

  2. Olá!
    Parabéns pelo trabalho de vocês. Os textos são estimulantes e cheios de conteúdo!

    Estou organizando o roteiro para minha viagem à Austrália em fevereiro e gostaria de saber sobre o Outback. Os dias previstos para esse trecho seriam no final de fevereiro mas tenho lido muitos pontos negativos. Li que foram em março. Que pontos negativos destacam sobre o período e o clima?

    Abs

    • Renato de Araújo on

      Olá, Álvaro!

      Ficamos muito felizes de saber que você gostou do nosso post. 🙂

      Realmente, fevereiro e março são considerados meses de baixa temporada no Outback. A principal razão para isso é que as pessoas normalmente preferem evitar os meses de verão para fugir do forte calor do deserto.

      Quando fomos, entre 16 e 21 de março, estava quente, mas nada muito diferente do que estamos acostumados a enfrentar no Rio ou no nordeste brasileiro. Então, não vi problema algum com o clima nessa época, desde que se tome os cuidados necessários, como tomar bastante água, usar boné/chapéu e bastante protetor solar.

      O único inconveniente que eu destacaria é que alguns fornecedores começam a operar apenas em abril. Isso acaba restringido um pouco as suas opções. Nós, por exemplo, tivemos um pouco de dificuldade para alugar a campervan. Os fornecedores mais bem avaliados, assim como os mais baratos, só funcionavam a partir de abril. Assim acabamos tendo que pegar um que não era nem tão bom, nem tão barato.

      Tirando isso não vi nenhum ponto negativo. Os hotéis não estavam tão caros quanto na alta estação e as estradas e atrações estavam bem tranquilas.

      Qualquer outra dúvida é só deixar aqui nos comentários que a gente responde. 🙂

      Abraço e boa viagem,

      Renato
      Blog Pegadas na Estrada

Deixe um comentário