Em maio e junho de 2016, fizemos uma Road Trip pelos parques nacionais dos Estados Unidos. Um dos estados que mais nos chamou a atenção foi Utah, com suas paisagens cinematográficas, um turismo organizado e muita atividade ao ar livre.
Após visitarmos os parques do famoso Mighty 5®, fizemos um pequeno desvio para o estado do Colorado, onde conhecemos o Mesa Verde National Park, também conhecido como a Machu Picchu da América do Norte.
Do Colorado, seguimos para o estado do Arizona, para visitarmos outras atrações.
Se você quer ir do Colorado ao Arizona, provavelmente terá que passar por Utah ou pelo Novo México. Para quebrar a viagem, procuramos o que poderíamos ver no caminho e descobrimos o Natural Bridge National Monument e o Monument Valley Navajo Tribal Park. Esse foi o nosso planejamento inicial.
Como nada na vida acontece por acaso, vamos contar para você como o nosso planejamento inicial foi completamente alterado por um “desconhecido” no interior de Utah e como seguir esta “alteração” foi a melhor decisão que pudemos tomar. Se você caiu neste post, tenha a certeza: também não foi por acaso!
Fizemos uma breve parada no centro de informações turísticas da cidade de Blanding, em Utah, para irmos ao banheiro. Aproveitamos a oportunidade e resolvemos pegar algum panfleto sobre o Natural Bridge National Monument e o Monument Valley Navajo Tribal Park, já que existem poucas informações sobre esses lugares nos sites brasileiros.
Fomos atendidos por um senhor local, super simpático, que não acreditava porque queríamos tanto visitar o Monument Valley Navajo Tribal Park. Segundo ele, existem diversas outras formações rochosas no caminho, como as do Monument Valley, que, além de mais bonitas, são gratuitas, vazias e muito menos burocráticas.
O “Senhor de Blanding” nos encheu de informações. Falou com paixão de estradas cênicas que ninguém conhecia; de vales sagrados; cânions profundos; e muitas outras atrações. O seu poder de convencimento foi tanto, que resolvemos abrir mão do Monument Valley Navajo Tribal Park e arriscar. E não é que super valeu à pena?!
A seguir, o roteiro que fizemos passando pelo caminho conhecido como “Trail of the Ancients“, exatamente como o “Senhor de Blanding” nos contou. Não lembramos o nome dele, nem mesmo o seu rosto. Mas o agradecemos muito por ter “alterado” os nossos planos!
Obrigado, “Senhor de Blanding“, e que um dia este post chegue até você!
Confira abaixo o mapa do nosso roteiro. Caso você esteja usando o Google Maps na sua viagem, clique aqui para que o mapa com todo o itinerário abra no seu app.
1) Natural Bridges National Monument – Utah
O Natural Bridges National Monument é um pequeno parque no estado de Utah, famoso por suas imensas pontes naturais formadas pela força da água
O parque é aberto à visitação durante todo o ano, 24 horas por dia. O ticket de entrada é válido por 7 dias e pode ser adquirido por veículo, moto ou individual. Para acessar os valores atualizados, consulte o site oficial do Natural Bridges.
A boa notícia é que, por ser administrado pelo Serviço de Parques Nacionais Americanos, o Passe Anual dos Parques Nacionais é válido neste parque. Para saber mais sobre esse passe, acesse o nosso post geral sobre Utah.
O parque está estruturado em uma rota cênica de cerca de 15 km, no qual estão as três principais atrações: as pontes naturais Kachina, Owachomo e Sipapu.
É possível vê-las a partir dos mirantes na estrada ou bem de perto, por meio de algumas horas de caminhada. Para ver o mapa e saber mais informações sobre as trilhas, veja o guia oficial do parque.
Atenção: apesar de não ser tão comum, ursos podem ser encontrados nesta região, o que não ocorre em outros parques do estado de Utah. Por esse motivo, caso você faça alguma caminhada mais longa, é bom se informar no Centro de Informações sobre a presença de ursos nessa trilha e carregar com você um spray de urso.
A seguir, algumas fotos do Natural Bridges National Monument:
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Sipapu Bridge ViewPoint
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Sipapu Bridge Trailhead
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Kachina Bridge
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Owachomo Bridge Viewpoint
2) The Moki Dugway – Utah
The Moki Dugway é uma estrada de cascalho super cênica, construída em 1950, com uma diferença de altitude de 365 metros entre o seu início e o seu final. Percorra a estrada no sentido Natural Bridges National Monument – Valley of Gods, e não o contrário.
Apesar das curvas, dirigir por ela é seguro. Desça sempre devagar e vá parando nos mirantes para ter vistas de tirar o fôlego.
3) Valley of the Gods – Utah
Saindo da Moki Dugway, você pegará a rodovia 261 e, após 1 km, encontrará a estrada que dá acesso ao Valley of the Gods a sua esquerda.
Ao longo de um Loop de estrada de terra de 27 km, você poderá ver as principais atrações da região, sentir a energia e entender porque esse lugar, no meio do nada, é conhecido como o Vale dos Deuses! Acompanhe o nosso trajeto no mapa oficial do Valley of The Gods.
Espere gastar de 1 a 2 horas para percorrê-lo com calma.
Atenção: apesar da estrada ser de terra, ela está em boas condições e não é necessário carro 4×4. No entanto, desaconselhamos percorrê-la de carro comum caso esteja chovendo.
4) Goosenecks State Park – Utah
O Goosenecks é um pequeno parque estadual, acessível a partir da rodovia 261. Aberto o ano todo, 24 horas por dia, o parque possui uma área para acampamento / Motorhome e um espaço para churrasco / piquenique.
Para visitá-lo, é preciso pagar uma pequena taxa de 5 dólares (valor de junho de 2016), que pode ser paga por veículo com até 8 passageiros. Para consultar os valores atualizados, veja o site oficial do Goosenecks State Park.
Do alto do parque, vemos o Rio San Juan cortando montanhas e formando profundos cânions. Essa paisagem é resultado de atividades geológicas ao longo de 300 milhões de anos e é um espetáculo por si só.
Com certeza, esse é o melhor lugar da região para se fazer um piquenique.
5) Mexican Hat Rock – Utah
Mexican Hat é um pequeno vilarejo na região do rio San Juan, em Utah, que tem esse nome em função da formação rochosa da foto abaixo.
Com uma base de diâmetro de 18 metros, essa rocha é parcialmente coberta por outra rocha de diâmetro bem menor, o que faz com que se pareça com um verdadeiro chapéu mexicano.
Para chegar até o Mexican Hat Rock, pegue a UT-261 à direita, na saída do Goosenecks State Park, e siga mais 1,5 km até o trevo com a UT-163. Pegue esta estrada à direita, percorra 2,4 km e olhe para sua esquerda. Lá estará a Mexican Hat Rock!!!
6) Forrest Gump Point – Utah
Este ponto da estrada (US 163), a mesma que dá acesso ao Monument Valley Navajo Tribal Park, ficou imortalizado no filme Forrest Gump. Foi aqui que Forrest, interpretado pelo ator Tom Hanks, parou de correr. E nós também arriscamos uma corridinha, rs.
Para chegar lá, continue na US-163 por 16,7 km (10.3 milhas) a partir do Mexican Hat Rock e você verá um acostamento rústico à direita. Para ajudar na localização, procure o mile marker 13 ou jogue no seu GPS as coordenadas 37.101718, -109.990823.
Ao fundo as formações rochosas mais famosas do Monument Valley e a divisa do estado de Utah com o Arizona.
Onde se hospedar
Para quem quiser se hospedar com vista para o Monument Valley, a dica é se hospedar no Goulding’s Lodge, que fica bem em frente ao parque. A vista da varanda dos quartos é fantástica, mas que quiser ficar lá tem que fazer a reserva com bastante antecedência, pois as vagas costumam se esgotar muito rápido.
Outra opção de hospedagem é o hotel Wetherill Inn, na cidade de Kayenta, a aproximadamente 35 km do Monument Valley.
Mas se você, assim como nós, quiser explorar o Antelope Canyon na manhã do dia seguinte, a melhor opção é pernoitar em Page, no Arizona. Seguem algumas sugestões de hospedagem:
- Best Western Plus At Lake Powell
Booking.com
- Super 8 Page
Booking.com
- La Quinta Inn & Suites Page at Lake Powell
Booking.com
No próximo post, visitaremos o Antelope Canyon, Horseshoe Bend e outras atrações no estado do Arizona, não perca!
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18 Comentários
Olá,
vocês lembram se havia pedágios nas estradas do Utah e do Arizona?
Obrigada! Thais
Olá Thaís,
Não pegamos nenhum pedágio nessa Road Trip. Tudo liberado! 🙂
Para conferir se há pedágio em qualquer estrada dos EUA, use a ferramenta Toll Guru.
Abraço,
Renato
Blog Pegadas na Estrada
Oie! Estou aproveitando bastante o post de vocês para montar o nosso roteiro!
Parabéns pelas fotos, são lindas! E os relatos são bem sucintos, fácil de captar informações preciosas!
Uma perguntinha: vcs deram a dica de fazer Natural Brigde a Valley of Gods, e não o contrário. Queria saber por qual razão. Pois o meu caminho é justamente o contrário, mas se for muito perregue, dou a volta! Considerando que não vou estar com 4×4, nem SUV e nem nada desse tipo.
Um Abraço
Olá Elina e Bruno,
Antes de mais nada, muito obrigado pelos elogios. É muito bom ter esse feedback positivo dos leitores. 🙂
A dica de fazer no sentido norte-sul foi para pegar a vista do topo da “mesa” para baixo na Moki Dugway. Assim, você desce olhando para baixo, o que acredito que dê um impacto (e medo rs) maior. Mas, na verdade, não acho que faça tanta diferença a ponto de você dar a volta só por isso. Não há perrengue algum para justificar isso. Mesmo durante a subida, em muitos momentos a montanha vai estar atrás de você e a planície à frente, já que é uma série de zigue-zagues sem fim. Apenas não se esqueça de parar no mirante quase no topo da “mesa”, para olhar para trás e tirar fotos (coordenadas 37.276778, -109.935846).
Também não é necessário estar com 4×4 ou SUV. A única que coisa que você precisa é dirigir devagar e com cautela para curtir a Moki Dugway com total segurança.
Abraço e boa viagem,
Renato
Blog Pegadas na Estrada
Olá! Vocês estão me inspirando e ajudando na construção do meu roteiro. Apesar de algumas diferenças, por coincidência terei 18 dias para percorrer de Denver a San Francisco! Vai ser meio corrido, não vai dar pra ficar mais de um dia em cada lugar, pelo menos a princípio. Mas o relato de vocês está ajudando muito a apurar todas as etapas e transições de um local para outro! Esse post em especial me chamou bastante a atenção. Vocês fizeram de Cortez a Page, com paradas para todas essas visitas, num só dia? Pois lendo e vendo as distâncias no mapa me pareceu bem corrido. Quanto tempo levam as visitas ao Gooseneck e ao Natural Bridges? Muito obrigado!
Olá Leandro,
É muito gratificante saber que estamos conseguindo ajudar no planejando do seu roteiro. Ficamos muito felizes em saber! 🙂
Esse dia foi bem corrido mesmo. Como estávamos em junho, o dia era bem longo, o que nos permitiu fazer esse percurso em um dia, saindo bem cedo de Cortez e chegando em Page à noite.
A visita ao Gooseneck foi bem rápida, já que o estacionamento fica bem em frente ao mirante. Ficamos só o tempo para curtir o visual e caminhar um pouco no topo do cânion em busca dos melhores ângulos.
O loop total da rota cênica do Natural Bridges tem cerca de 15 km. Assim, dá para fazer em menos de uma hora se você quiser ver as pontes apenas a partir dos mirantes. As caminhadas da Sipapu e da Kachina levam cerca de 45 minutos ida e volta. Já a trilha da Owachomo demora cerca de 30 minutos. Fizemos apenas a da Sipapu, já que depois dela começou a chover forte. Ao todo, gastamos cerca de uma hora e meia no parque.
Abraço e boa viagem,
Renato
Blog Pegadas na Estrada
Olá Cristina e Renato !
Amo seu blog com seus roteiros descritos em detalhes e dicas muito boas !
Gostaria de saber se vcs já visitaram o Yosemite Park e se tem roteiro sobre ele também .
Mais uma vez, parabéns e obrigada pelas dicas!
Olá, Renata!
Que bom, a gente fica mega feliz de saber disso!
Visitamos o Yosemite sim, mas não foi nesta viagem. Visitamos o Yosemite juntamente com a Big Sur, Mammoth Lake, Lake Tahoe, San Francisco e outras atrações da Califórnia.
Infelizmente não tivemos tempo de escrever ainda sobre o Yosemite, estamos com muito conteúdo represado. Queria ter mais tempo, viu? rs.
Segue, abaixo, o link da road trip que fizemos nos Estados Unidos, na mesma viagem do post “Colorado ao Arizona”. É bom para ter uma noção de quais parques visitamos e da ordem que fizemos.
https://pegadasnaestrada.com.br/roteiro-oeste-americano-road-trip/
Se ficar alguma dúvida, só deixá-la nos comentários do respectivo post que responderemos, ok?
No mais, desejamos muitas e boas viagens para você.
Abraços
Cristina e Renato.
Olá, Cristina e Renato!!! Obrigada por compartilhar as experiências de vcs!! Amei as dicas. Só não ficou claro, pra mim, quanto tempo vcs levaram pra cumprir esse roteiro? Muito obrigada!
Olá, Isis!
Que bom que você gostou das dicas. Ficamos muito felizes em saber que nosso trabalho tem ajudado as pessoas. 🙂
O roteiro descrito neste post foi feito em um dia. Nós escrevemos um post com um resumão da viagem, para ficar mais fácil dos leitores enxergarem a viagem como um todo. Por favor, clique no link abaixo e confira:
https://pegadasnaestrada.com.br/roteiro-oeste-americano-road-trip/
Este post é o dia 11 do roteiro.
Qualquer outra dúvida, é só deixar nos comentários. 🙂
Abraço e boa viagem,
Renato
Blog Pegadas na Estrada
Oi, Renato!!
Quero te agradecer pela resposta!
Seguimos várias dicas de vcs, que nos ajudaram bastante.
Fiquei apaixonada pelo caminho secreto de Utah. Paisagens realmente cinematográficas. Obrigada também ao “senhor de Blanding” rsrsrs.
Muito obrigada!
Um abraço,
Isis 🙂
Olá, Isis!
Que bom que você gostou e que as nossas dicas fizeram da sua viagem ainda mais especial.
Também agradecemos muito ao “senhor de Blanding”, rs. Ele está ficando famoso e a gente nem sabe o nome dele, rs.
Que você continue fazendo grandes viagens. Conte com a gente 😉
Abraços
Cristina e Renato.
Olá, gostaria de agradece-los e parabeniza-los pela forma com que escrevem.
Minha esposa, meu filho de 5 anos e eu, acabamos de retornar de uma viagem por Utah.
Fizemos várias pesquisas e confesso que quando encontrei o blog de vocês as pesquisas não se fizeram mais necessarias.
Tudo está muito bem condensado nesse blog.
Inclusive fizemos essa alteração de roteiro onde não visitamos o Monument Valley e realmente foi fantástico.
Bom o ano que vem estamos nos preparando por nos aventurar no Canadá e irei recorrer novamente ao blog de vocês atras de dicas!!!
Caso queiram tenho várias fotos no Facebook sobre essa nossa viagem.
Uma dúvida, vcs estão em periodo sabático, ou essas são viagens de férias?
Mais uma vez muito obrigado por toda a ajuda que vcs nem sabem que nos deram.
Abs!
Olá, Leandro!
Obrigado pelo comentário. Temos nos dedicado bastante ao blog e é muito gratificante saber que ele está ajudando as pessoas.
Realmente essa alteração no roteiro foi demais, né? Agradecemos até hoje ao Senhor de Blanding, rs.
Seria um prazer acompanhar as suas fotos pelo Facebook. Por favor, nos envie o link do seu perfil.
Com relação ao Canadá, é um país fantástico também. Tivemos grandes experiências por lá. Se precisar de mais alguma dica, conte com a gente. Quem sabe você não anima e dá uma esticadinha até o Alasca, rs?
Ahhh, e não estamos no ano sabático não, viajamos apenas nas nossas férias mesmo. Esse “ano” ficará eternamente em nossos sonhos!
Abraços, Cristina e Renato.
Parabéns pelos excelentes posts. Que paisagens lindas!
Obrigado, Raphael! Utah foi uma viagem super especial e super diferente de tudo! Abraços, Cristina e Renato.
Já estava planejando uma viagem para Yellowstone. Agora preciso incluir Utah na mesma viagem!
Olá, Raphael! Obrigado pela visita! O Yellowstone é bem legal também. Amamos as cores dos gêiseres, os cânions e os ursos! Se você for lá, não deixe de conhecer o Grand Teton também. Com relação à Utah, voltamos apaixonados, com certeza um dos nossos preferidos! São muitas paisagens diferentes, atividades ao ar livre e um turismo muito organizado e seguro. Foi uma surpresa para nós! Ahh, se for ao Yellowstone, dá para ir também no Glacier National Park, em Montana, muito lindo também 🙂 Se tiver alguma dúvida, conte com a gente. Abraços, Cristina e Renato!