Parque Nacional Patagônia: o mais novo parque nacional do Chile

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O Parque Nacional Patagônia é a mais nova área de preservação ambiental do Chile, que foi oficialmente aberta ao turismo em 29 de janeiro de 2018.

Parque Nacional Patagonia

Parque Nacional Patagônia, Chile. Foto: CFR / Blog Pegadas na Estrada

Antes de se tornar o Parque Nacional Patagônia, a região abrigava uma enorme fazenda de ovelhas de quase 70.000 hectares. Ao longo dos anos, a fazenda passou pelas mãos de vários proprietários e fora, por diversas vezes, dividida e vendida como fazendas menores. Durante anos de exploração, parte do ecossistema foi devastado e muitos animais silvestres quase entraram em extinção.

No ano 2000, no entanto, o casal de bilionários americanos, Kris e Doug Tompkins (fundador de marcas como The North Face e Esprit), criaram a Conservación Patagónica. Essa organização sem fins lucrativos tinha por objetivo proteger as áreas selvagens e os ecossistemas da Patagônia.

Ao longo dos anos, a Conservación Patagónica vem se concentrando na construção de novos parques nacionais no Chile e na região mais austral da Argentina. O último parque fundado pela organização foi o Parque Nacional Patagônia, que mostraremos com muitos detalhes no post de hoje!

A nossa visita ao Parque Nacional Patagônia fez parte de um roteiro de carro de 11 dias pela Carretera Austral. Se você ainda não conhece essa região chilena, vale a pena ler primeiro o post “Seria a Carretera Austral a estrada mais cênica da América do Sul?”. Vai por mim: você também irá se apaixonar!

1) Parque Nacional Patagônia em nosso roteiro

Chegamos no Parque Nacional Patagônia a partir da cidade de Chile Chico, que está localizada a 173 km (de estrada de terra) do parque. Esse trajeto foi realizado no dia 6 do nosso roteiro de 11 dias pela Carretera Austral. Ao longo do caminho, visitamos outras atrações, como a Confluência do Rio Baker com o Rio Neff e  o Rio Chacabuco.

No dia 7, por sua vez, percorremos a trilha mais famosa do parque, a Lagunas Altas Loop. No dia 8, retornamos do Parque Nacional Patagônia para Puerto Guadal e fizemos outras atividades no caminho.

Confira, abaixo, o roteiro completo de 11 dias pela Carretera Austral:

2) O que fazer no Parque Nacional Patagônia

2.1) Chile Chico + Confluência do Rio Baker e Rio Neff + Rio Chacabuco + Parque Nacional Patagônia (dia 6 do roteiro de 11 dias)

  • Lago General Carrera

De Chile Chico à Puerto Guadal (caminho para o Parque Nacional Patagônia), dirigimos pela estrada cênica 265, que margeia o famoso Lago General Carrera.

Para quem nunca ouviu falar, o General Carrera é o maior lago do Chile e o segundo maior da América do sul. É um lago compartilhado por Chile e Argentina, que muda de nome ao passar para o país vizinho. Na Argentina, o Lago General Carrera passa a se chamar Lago Buenos Aires.

Ao longo da estrada, há várias paradas para apreciar a paisagem e para tirar fotos. É uma viagem linda!

Lago General Carrera Chile

Lago General Carrera visto da estrada. Foto: RMA / Blog Pegadas na Estrada



Carretera Austral viagem de carro Chile

Lago General Carrera visto da estrada. Foto: RMA / Blog Pegadas na Estrada

  • Lago Bertrand

Outro lago incrível da região, o Lago Bertrand é cercado por montanhas e bosques. Este lago recebe as águas do Lago General Carrera e posteriormente forma o Rio Baker, onde fizemos um rafting incrível (dia 8). Falaremos mais sobre o rafting no próximo post.

Lago Bertrand Chile viagem

Lago Bertrand, Chile. Foto: RMA / Blog Pegadas na Estrada

  • Confluência do Rio Baker e Rio Neff

O rio Baker é o rio com maior volume de água de todo o Chile, medindo aproximadamente 200 km de extensão. Quando o Baker se encontra com o rio Neff, um desnível de 10 metros é formado, dando origem a uma belíssima queda d’água.

Facilmente você perceberá o encontro desses rios, quando as águas azuis do rio Baker começarão a correr lado a lado com as águas de cor leitosa do rio Neff.

Confluência do Rio Baker e Rio Neff turismo Chile

Confluência do Rio Baker e Rio Neff. Foto: CFR / Blog Pegadas na Estrada

Para chegar até esse ponto, dirija até as coordenadas  -47.115028, -72.773450. Você verá uma porteira de uma propriedade privada e um pequeno estacionamento. Fique à vontade para estacionar e entrar. Não é necessário pagar nada.

Siga uma pequena trilha que estará dentro da propriedade, a sua esquerda, e em poucos minutos vocês chegará na Confluência do Rio Baker e Rio Neff.

Confluência do Rio Baker e Rio Neff

Confluência do Rio Baker e Rio Neff. Foto: CFR / Blog Pegadas na Estrada

  • Confluência do Rio Baker e do Rio Chacabuco

Quase chegando no Parque Nacional Patagônia, o rio Baker novamente se encontra com outro rio, o Chacabuco.

Aqui, as águas do rio Baker já não são tão azuis quanto antes, pois já recebeu a água leitosa do rio Neff. Ainda assim, percebe-se facilmente a diferença de coloração entre os rios Baker e Chacabuco.

Confluência do Rio Baker e do Rio Chacabuco Carretera Austral roteiro

Confluência do Rio Baker e do Rio Chacabuco. Foto: CFR / Blog Pegadas na Estrada

É possível ter boas vistas da Confluência do Rio Baker com o Rio Chacabuco a partir de mirantes na estrada ou ainda descer às suas margens, onde há uma pequena praia natural que permite até mesmo nadar no Rio Baker.

  • Dirigindo pelo Parque Nacional Patagônia

Passada a Confluência do Rio Baker e do Rio Chacabuco, entre à esquerda, na estrada X-83, em direção ao Parque Nacional Patagônia.

Ao longo dessa estrada, dirija bem devagar, pois é comum ver animais silvestres na estrada, principalmente guanacos.

Guanacos Parque Nacional Patagônia vida silvestre

Guanacos no Parque Nacional Patagônia. Foto: CFR / Blog Pegadas na Estrada

Essa estrada cênica, de aproximadamente 74 km, vai até a divisa com a Argentina e pode ser percorrida em aproximadamente 1h 30min (apenas a ida) sem paradas. Lembre-se de ter combustível suficiente para voltar, pois não há postos de  gasolina no caminho. Confira aqui o mapa da estrada com a descrição de todas as atrações do caminho.

Patagônia Chilena dicas

Dirigindo pelo Parque Nacional Patagônia. Foto: CFR / Blog Pegadas na Estrada

Centro de Informações do Parque Nacional Patagônia

Nas coordenadas -47.117255, -72.484804, você verá o Centro de Informações do parque, onde é possível pegar informações, usar banheiros ou mesmo fazer uma refeição. Aqui você também encontrará o lindíssimo hotel Lodge at Valle Chacabuco, que mostraremos no item 4 deste post.

“Recarregadas as baterias”, continue dirigindo ao longo da estrada X-83. Você verá diversas lagunas, picos cobertos de neve, rios e muitas paisagens. Em algumas épocas do ano, é possível ver flamingos no lago seco. Vale a pena ir parando e curtindo o Vale Chacabuco.

No caminho, você passará pelos campings Casa de Piedra e Alto Valle, que oferecem estrutura de primeiro mundo e onde você poderá utilizar os banheiros.

No camping Casa de Piedra, começam as trilhas pelo Vale Avilés, que podem ser percorridas tanto como um loop de dia inteiro, quanto por uma trilha de dois dias que termina na Reserva Nacional Lago Jeinimeni, na região de Chile Chico.

  • Mirador Douglas Tompkins

Assim que você chegar no camping Alto Valle, você verá uma placa indicando Mirador Douglas Tompkins. Essa trilha, de 6 km de extensão (apenas a ida), leva a um dos mirantes mais bonitos do parque. Lá do alto, é possível ver o Lago Cochrane com a pequena Isla Victor.

Mirador Douglas Tompkins Parque Nacional Patagonia

Mirador Douglas Tompkins, Parque Nacional Patagônia. Foto: CFR / Blog Pegadas na Estrada

É possível ir de carro até o mirador e foi o que fizemos para ganhar tempo. No entanto, recomendamos que você vá apenas se estiver em um carro 4×4, pois a estrada é de terra, bem estreita e bastante íngreme em alguns pontos.

Atenção:

Por causa do tempo, não percorremos a estrada X-83 até a divisa com a Argentina. O nosso roteiro foi até o  Mirador Douglas Tompkins, de onde voltamos rumo ao hotel.

2.2) Parque Nacional Patagônia: trilha Lagunas Altas Loop (dia 7 do roteiro de 11 dias)

Uma das trilhas mais famosas do parque, a Lagunas Altas é um loop de 23 km, que passa por uma série de lagoas localizadas no alto das montanhas.

trilha Lagunas Altas Loop Parque Nacional Patagônia

Trilha Lagunas Altas Loop. Foto: RMA / Blog Pegadas na Estrada

A trilha possui dificuldade intermediária a avançada e ganho de altitude de 841 metros. No caminho, não há banheiros e é necessário levar o próprio lanche. Leia também o post que escrevemos “Alimentos para comer nas trilhas: dicas de uma nutricionista viajante!“.

Espere gastar no mínimo 8 horas para percorrer todo o loop. É uma trilha cansativa, longa, mas que vale muito a pena!

O início da trilha começa no estacionamento do camping West Winds.

Fique agora com as fotos dessa trilha lindíssima, que super recomendamos!

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Trilha Lagunas Altas Loop. Foto: RMA / Blog Pegadas na Estrada

O que fazer na Patagônia Chilena

Trilha Lagunas Altas Loop. Foto: RMA / Blog Pegadas na Estrada

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Trilha Lagunas Altas Loop. Foto: CFR / Blog Pegadas na Estrada

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Trilha Lagunas Altas Loop. Foto: RMA / Blog Pegadas na Estrada



Parque Nacional Patagônia Chile o que fazer

Trilha Lagunas Altas Loop. Foto: RMA / Blog Pegadas na Estrada

3) Outras atividades:

Para quem tem mais 1 dia no parque, sugerimos percorrer a trilha Avilés Loop. Essa trilha de 16 km de extensão também está disposta na forma de um loop e adentra o Vale Chacabuco com suas belas paisagens ao longo do Rio Avilés.

Para chegar até o início da trilha, dirija até o camping Casa de Piedra, onde você encontrará um estacionamento, banheiros e mesas para piquenique. Confira aqui o mapa oficial da trilha. 

Há ainda trilhas menores e mais fáceis, como:

  • La Confluencia: com apenas 3 km de extensão (ida e volta), esta trilha de nível fácil leva o viajante até uma prainha formada na confluência do rio Baker com o rio Chacabuco. No alto verão, é possível nadar nessa região.
  • La Vega Trail: outra trilha de nível fácil, La Vega Trail se inicia na parte de trás do Lodge at Valle Chacabuco. Ao longo de 7 km, o viajante faz um agradável passeio pelo vale, passando por diversas árvores nativas e um antigo cemitério.
  • Lago Chico: essa trilha de 12 km, em forma de loop, permite vistas incríveis do Lago Chico, Lago Cochrane e do Monte San Lorenzo, o segundo pico mais alto de toda a Patagônia. O começo dessa trilha fica no Camping Alto Valle, o mesmo que serve como base para a trilha do mirante Douglas Tompkins.

4) Onde se hospedar no Parque Nacional Patagônia

4.1) Lodge at Valle Chacabuco

Lodge at Valle Chacabuco é, sem dúvida, o melhor lugar para se hospedar! Ele está localizado dentro do parque, ao lado do centro de visitantes, cercado por montanhas e muita natureza.

Lodge at Valle Chacabuco

Lodge at Valle Chacabuco. Foto: www.booking.com

O hotel é construído de pedra, com o seu interior decorado em madeira rústica. Os quartos são bem grandes e contam com banheiro privativo.

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Quarto do Lodge at Valle Chacabuco. Foto: www.booking.com

No local há ainda um restaurante, um bar e salão de jogos / leitura. No restaurante, é possível encomendar “almoço” para levar na trilha.

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Bar e restaurante do Lodge at Valle Chacabuco. Foto: www.booking.com

O wi-fi está disponível para os hóspedes nas áreas públicas.

Toda a renda do hotel vai para a manutenção do parque, já que não se cobra entrada para frequentá-lo.

Atenção: o Lodge at Valle Chacabuco funciona apenas de 01/10 a 30/04. Portanto, ele estará fechado de maio a setembro.

4.2) Cochrane

Para quem quer uma opção mais econômica, a cidade de Cochrane é uma excelente opção.

Cochrane está localizada a cerca de 30 km do centro de visitantes do parque e oferece opções de chalés completos com bom custo-benefício.

O hotel Cabañas Rincon del Sur é perfeito para quem quer curtir o clima romântico da região, sem gastar muito.

hotel Cabañas Rincon del Sur Chile

Hotel Cabañas Rincon del Sur. Foto: www.booking.com

Nele você encontrará chalés de madeira com quarto, sala com lareira, cozinha completa, banheiro e varanda. Há chalés com capacidade para até 6 pessoas.

Não se esqueça de levar vinho, queijos e muita disposição! Para compras recomendamos a cidade de Coyhaique, que oferece supermercados bem maiores e com melhores preços do que Cochrane.

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Conheça o Parque Nacional Patagônia, a mais nova área de preservação ambiental do Chile, que foi oficialmente aberta ao turismo em 29/01/18. Roteiro e dicas

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Sobre o autor

Ela, cheia de imaginação e criatividade. Acredita que o mundo está logo ali. Se vai para o Canadá, por que não dar uma esticadinha até a Rússia, passando pela Islândia e pela Escandinávia? Ele, viajante mais pé no chão, pesquisa todos os detalhes e nunca se mete em furada ou confusão. Juntos, um equilíbrio, e muitas histórias para contar!

11 Comentários

  1. Pingback: Carretera Austral: guia completo com informações e dicas imperdíveis | Em Algum Lugar do Mundo

  2. Oi, gente! Essa viagem além de ter sido uma delícia é totalmente cinematográfica, né? Cada foto é mais bonita que a outra, que lugares lindos, um verdadeiro sonho!
    A Patagônia me fascina, quero poder conhecer!!
    Abraços

    • Olá, Paula!

      A Patagônia é mesmo fascinante!
      Há muitos lugares escondidos e ainda pouco conhecidos. Na região de Carretera Austral, vale a pena alugar um 4×4 e se aventurar.
      Nós amamos e recomendamos.
      Abraços
      Cris e Renato

  3. Gente, eu amei seu post. Quero muito conhecer essa parte do Chile, tem cenários lindíssimos e o mais legal é que dá pra fazer de forma privada, o que é um diferencial da viagem.

    • Olá, Alexandra!

      Essa região é praticamente intocada, mas dá para fazer tudo por conta própria sim!
      Ficamos apaixonados por tudo que vimos na Carretera Austral. E a estrutura é muiiiito boa.
      Super recomendamos.
      Abraços
      Cris e Renato