Tudo o que você precisa saber para organizar a sua viagem ao Salar de Uyuni

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O Salar de Uyuni é o maior deserto de sal do mundo, com uma superfície branquinha de mais de 10.000 km² de extensão. Localizado na Bolívia, a mais de 3.600 metros de altitude, o Salar de Uyuni é tão extenso e tão brilhante, que pode ser visto até mesmo da lua.

 Salar de Uyuni Bolívia

Salar de Uyuni, Bolívia. Foto: RMA / Blog Pegadas na Estrada

Com tamanha grandiosidade, o Salar de Uyuni é um dos destinos mais desejados e emblemáticos da América do Sul.

Visitamos esse famoso deserto de sal em um roteiro de 4 dias no final do mês de março. Conjugamos a nossa viagem à Bolívia com uma viagem de 7 dias ao Deserto de Atacama, no Chile. Essa é uma boa oportunidade para aproveitar melhor o deslocamento do Brasil e o preço da passagem.

No post de hoje, descreveremos o nosso roteiro ao Salar de Uyuni, além de dicas úteis sobre quando ir, como são os tours na Bolívia, alimentação, hospedagem, altitude, imigração e muitas outras informações para você também organizar a sua viagem.

Se ainda assim restar alguma dúvida, fique à vontade para escrevê-la nos comentários. Será um prazer ajudá-lo!

O que você vai encontrar neste post sobre o Salar de Uyuni:

  • Nosso roteiro resumido no Salar de Uyuni
  • É possível visitar o Salar de Uyuni por conta própria?
  • Quando ir ao Salar de Uyuni?
  • Tipos de tour
  • Agência para o Salar de Uyuni
  • O que levar para a sua viagem ao Salar de Uyuni
  • Conjugando o Salar de Uyuni com uma viagem ao Deserto de Atacama
  • Imigração entre Chile e Bolívia
  • Altitude no Salar de Uyuni
  • Seguro de Saúde na Bolívia

 

1) Nosso roteiro resumido no Salar de Uyuni

Antes de entrarmos no nosso roteiro propriamente dito, é importante mencionar que fizemos um tour privado  com a Denomades.com apenas eu e o Renato. Por causa disso, pudemos modificar um pouco o roteiro tradicional. Na verdade, todas as mudanças foram propostas pelo nosso motorista no próprio dia. Ele foi sentindo o que gostávamos mais, como era o nosso estilo de viagem e ficou bastante empolgado para nos mostrar atrações que fugiam do roteiro padrão. Dispostos a nos aventurar, embarcamos na dele e ficamos realmente surpreendidos com o que vimos.

Laguna Colorada Salar de Uyuni Bolívia

Laguna Colorada, Bolívia. Foto: RMA / Blog Pegadas na Estrada

Para ficar mais didático, escreverei abaixo o nosso roteiro resumido e, em seguida, o roteiro tradicional.

Nos próximos posts, você poderá ler de maneira mais detalhada cada um dos dias dessa viagem.

Roteiro ao Salar de Uyuni Pegadas na Estrada:

 

Roteiro Tradicional ao Salar de Uyuni:

  • Dia 1: Laguna Blanca, Laguna Verde, Desierto de Dalí,  Termas de Polques, Geyser, Laguna Colorada e  Refúgio Huayllajara (pernoite).
  • Dia 2: Deserto Siloli (Árvore de Pedra), lagoas Chiarcota, Honda, Hedionda e Cañapa, Salar de Chiguana e povoado de San Juan del Rosario (pernoite em hostel de sal).
  • Dia 3: Salar de Uyuni,  Ilha Inacahuasi (dependendo da época), Museu de Sal, Monumento Dakar, Colchani, Uyuni e Villa Mar (pernoite em hostal).
  • Dia 4: retorno para o Deserto de Atacama.

 

Roteiro Tradicional x Roteiro Pegadas:

Comparando os dois roteiros, basicamente o que se diferem são as hospedagens (falaremos ainda neste post) e as atrações do dia 2.

Nosso motorista Casemiro nos explicou que, no roteiro tradicional, os dias 1 e 2 são muito parecidos. Em ambos, veríamos uma série de lagoas lindíssimas, mas seria um pouco repetitivo.

Com a mudança que fizemos, pudemos conhecer paisagens totalmente diferentes, como a Itália Perdida, que é uma enorme “floresta de pedras gigantes”; a Laguna Catal (laguna negra), uma das minhas preferidas; o Valle de Rocas, onde pudemos ver de perto lhamas e outros animais locais; o Canyon Anaconda, que nos lembrou os cânions norte americanos; a plantação florida de Quinoa; e o Pueblo Quemado, uma cidade em ruínas totalmente destruída na Guerra do Pacífico e que descobrimos por acaso (não estava no nosso roteiro e ninguém nos contou).

Laguna Catal Bolívia tour Salar de Uyuni Denomades

Laguna Catal (laguna negra), Bolívia. Foto: CFR / Blog Pegadas na Estrada



Canyon Anaconda Tour 4x4 Salar de Uyuni

Canyon Anaconda, Bolívia. Foto: RMA / Blog Pegadas na Estrada

Em resumo, aprovamos as sugestões do Casemiro, tivemos uma amostra muito diversificada das paisagens da Bolívia e recomendamos para aqueles que pretendem fazer um tour privado.

Atualização:

Atualmente, o roteiro superior com hostals (hostals são hotéis econômicos com banheiro privativo. Não são hostels) é o roteiro que mais se aproxima do itinerário que fizemos. Houve uma alteração nos roteiros da empresa. Compare aqui os itinerários do roteiro superior com hotel e com hostal. 

2) É possível visitar o Salar de Uyuni por conta própria?

Não há impedimentos para visitar o Salar de Uyuni por conta própria. No entanto, não recomendamos aventurar-se sozinho por ele em hipótese alguma.

De maneira geral, o interior da Bolívia não apresenta boa infraestrutura turística.  Por exemplo, não há estradas oficiais ligando todas as atrações que visitamos. Muitas vezes, o nosso motorista teve que passar com o carro 4×4 por lugares que claramente não eram uma estrada. Como um morador local, ele conhece aqueles campos como a palma da mão.

tour Salar de Uyuni Denomades.com

Tour de 4×4 com a Denomades.com. Foto: CFR / Blog Pegadas na Estrada

Imagine agora você em um lugar sem estradas, sem sinalização, sem sinal de internet e onde o GPS não tem estradas para mostrar. Complicado, né?

Além disso, a Bolívia está constantemente em conflitos internos. É comum haver bloqueios nas poucas estradas existentes, quando há um impasse entre a população local e o governo. Quando isso acontece, os manifestantes não deixam ninguém passar ou mesmo retornar por horas ou dias. Além de conhecerem os caminhos alternativos como a palma da mão, os motoristas locais sempre sabem onde e quando esses bloqueios irão acontecer. Assim, eles mesmos já se organizam para não passar nas regiões mais críticas.

Por fim, imagine o Salar de Uyuni com seus mais de 10.000 km² de terreno branquinho sem sinalização ou estrada. Fácil, fácil de se perder, não?

Ônibus

Por outro lado, há quem opte por ir de ônibus de San Pedro de Atacama até Uyuni. Em Uyuni, é possível contratar um tour pelo Salar. Para fazer isso, são necessários cerca de 3 dias: 1 dia inteiro para a ida (10 horas de viagem), meio-dia para o Salar de Uyuni e 1 dia inteiro para a volta.

Nós, no entanto, não recomendamos fazer a viagem dessa forma. Isso porque quem faz assim perde todas as atrações que existem no caminho e que são tão ou mais interessantes que o próprio Salar.

3) Quando ir ao Salar de Uyuni?

O Salar de Uyuni é um destino para ser visitado o ano inteiro. As temperaturas, no entanto, podem variar bastante ao longo dos meses.

  • Inverno:

Durante o inverno, que vai de junho a agosto, as temperaturas são muuuito baixas (podendo chegar a -15 ºC), principalmente durante a noite e no início da manhã. É o período mais seco do ano e você não verá o salar alagado, com a famosa imagem espelhada em que o sal molhado reflete o céu, “se misturando” a ele.

  • Verão:

Durante o verão (dezembro a março), por sua vez, as temperaturas são mais amenas, mas não chegam a ser quentes. Elas podem variar de 5 ºC a 20 ºC e o ideal é que você esteja vestido em camadas. Leia aqui o post que escrevemos sobre como se vestir para o frio intenso (em camadas).

Também é durante o verão que as chuvas ocorrem com maior frequência no Salar de Uyuni. Em dezembro e janeiro, por exemplo, elas costumam ser tão fortes, que às vezes podem atrapalhar o passeio. Para aqueles que pretendem ver o salar espelhado, os meses de fevereiro e março são os mais indicados. Nesse período, ainda há a ocorrência de chuvas, mas com menos intensidade que nos meses de dezembro e janeiro.

Visitamos o Salar de Uyuni no final de mês de março e conseguimos encontrá-lo espelhado do jeitinho que a gente sonhava. No entanto, como algumas partes ainda estavam bastante alagadas, não conseguimos visitar a  Ilha Inacahuasi, onde os cactos gigantes se destacam.

  • Em todas as estações!

Em resumo, é possível visitar o salar em qualquer mês do ano. Cada mês, por sua vez, trará vantagens e desvantagens. Lembrando que, mesmo com essas dicas, estamos sujeitos às variações climáticas, que podem contrariar todas as previsões.

Laguna Blanca Salar de Uyuni Bolívia

Laguna Blanca, Salar de Uyuni. Foto: RMA / Blog Pegadas na Estrada

4) Tipos de tour ao Salar de Uyuni

É possível encontrar tours ao Salar de Uyuni partindo de San Pedro de Atacama, no Chile, ou da cidade de Uyuni, na Bolívia. Em ambos os casos, os passeios são operados por motoristas/guias bolivianos (mesmo que você contrate uma empresa do Chile). Essa é uma política do governo boliviano e não há como fugir disso.

4.1) Para quem parte de San Pedro de Atacama, que foi o nosso caso, há 2 opções de tour:

  • 3 dias: terminando em Uyuni
  • 4 dias: retornando para San Pedro de Atacama

Vale lembrar que a única diferença entre eles é que no roteiro de 4 dias você retorna para San Pedro de Atacama no último dia. Você não visitará nenhuma atração no 4º dia. Será apenas o retorno mesmo. Escolhemos essa opção, pois a nossa passagem de avião chegava e partia de San Pedro de Atacama.

Para aqueles que pretendem seguir viagem de Uyuni para La Paz, é possível pegar um voo ou um ônibus local entre essas duas cidades bolivianas.

4.2) Tour privado x Tour em Grupo:

É possível contratar um tour privado (tour superior) para 1 a 6 pessoas do mesmo grupo. As vantagens são inúmeras, mas o preço é mais salgadinho. Nós optamos por um tour privado para 2 pessoas e definitivamente amamos a nossa experiência. Para nós, foi sem dúvidas a melhor opção.

Agência viagem Salar de Uyuni

Tour privado de 4×4 com a Denomades.com. Foto: Blog Pegadas na Estrada

Dentre as principais vantagens do tour privado, podemos citar:

  • Flexibilidade quanto ao roteiro:

Como falamos, seguimos as sugestões do nosso motorista e alteramos o itinerário do dia 2. Essa flexibilidade nos permitiu ver atrações diferenciadas e com uma amostra maior das paisagens da Bolívia. Foi incrível!

  • Hospedagens melhores:

Em todos os tours em grupos, é comum encontrarmos reclamações das hospedagens. Geralmente os viajantes dormem em hostels com estrutura precária, banheiro compartilhado, alguns sem água quente e eletricidade.

No tour privado, dormimos em 2 hotéis, ambos com banheiro privado, quentinhos e confortáveis. O hotel de pedra foi simplesmente lindíssimo e até romântico!

  • Alimentação melhor:

A diferença não chega a ser gritante como no caso dos hotéis, mas a alimentação do tour privado costuma ser um pouco melhor.

As refeições dos tours em grupo costumam ser bem básicas, com atum, salsicha, macarrão, batata cozida, ovo e salada.

No tour privado, chegamos a comer no almoço e jantar: frango assado, linguiça, carne de lhama, purê de batata, arroz, quinoa, salada completa, sopa e sobremesa. De café da manhã, comemos pão, queijo, presunto,  manteiga, ovos mexidos, leite, café, achocolatado, chá, suco, bolo, frutas, cereais e doce de leite.

tour de luxo Salar de Uyuni

Refeições do tour de luxo ao Salar de Uyuni. Foto: CFR / Blog Pegadas na Estrada

A grande diferença, que foi o ápice das nossas refeições no Salar de Uyuni,  foi poder fazer um almoço piquenique com mesa e sombrinha em pleno salar molhado e em um local totalmente nosso. No tour em grupo, o almoço é servido no museu de sal, onde inúmeras excursões disputam por um espacinho. Isso sim fez toda a diferença!

Excursão Salar de Uyuni Bolívia

Almoço vip no Salar de Uyuni. Foto: Blog Pegadas na Estrada

  • Viajar apenas com pessoas conhecidas:

No tour privado, vai você e quem mais você quiser. No tour em grupo, 6 pessoas desconhecidas viajam juntas no mesmo 4×4. Por um lado, viajar em grupo pode ser bom para conhecer novas pessoas e fazer novas amizades. Já fizemos tours em grupo em que nos divertimos bastante com as pessoas que conhecemos. Por outro lado, no entanto, se você não der sorte com o grupo … .

  • Internet

Fomos informados de que teríamos internet em um dos hotéis que dormiríamos. Infelizmente não tivemos internet em nenhum hotel e conseguimos comunicar com as nossas famílias apenas quando chegamos em Uyuni e pudemos usar a internet da agência que nos levava. Nesse quesito, não há diferença entre o tour privado e o tour em grupo.

5) Agência para visitar o Salar de Uyuni:

Em San Pedro de Atacama há diversas pequenas agências que revendem passeios para o Salar de Uyuni. Em nossas pesquisas na internet, lemos avaliações muito negativas a respeito de algumas e preferimos não arriscar.

Como gostamos de reservar tudo com antecedência e de não correr o risco de encontrar os tours esgotados, contratamos a empresa Denomades.com, com a qual já tínhamos feito outros passeios antes. Mais uma vez o serviço prestado foi de extrema qualidade e recomendamos.

Para quem não conhece, a Denomades.com é uma empresa online de vendas de passeios, com sede em Santiago e Cusco, que vende excursões em toda a América do Sul. A Denomades é parceira de diversas agências locais, que passam por um controle de qualidade para prestar o serviço.

O atendimento é realizado 100% via internet e em português. O site é bastante amigável e os tours podem ser pagos com cartão de crédito, transferência bancária ou Paypal. Basta escolher o tour, selecionar a data, o horário e executar o pagamento. Tudo muito rápido e prático.

Para o Salar de Uyuni, a Denomades.com oferece tours de 3 dias e de 4 dias, tanto partindo do Deserto de Atacama, quanto de Uyuni. Há também as opções de tours em grupo ou privado (o que escolhemos).

6) O que levar para o seu passeio no Salar de Uyuni

6.1) Água

A cobertura de água potável e de saneamento na Bolívia é uma das mais baixas da América do Sul, sendo importantíssimo que você leve água potável para beber.

Recomendamos levar 1 galão de 6 litros de água + 1 garrafa de 1 litro (para levar na mochila) por pessoa para toda a temporada. É provável que sobre um pouco, mas é melhor do que faltar.

Para quem não quer levar tanto peso ou fará o tour com 6 pessoas no carro e acha que ficará apertado, é possível levar uns 2 litros de água para o primeiro dia e ir comprando aos poucos na Bolívia. É um pouco mais trabalhoso, mas não deixa de ser uma opção.

6.2) Alimentos

No tour que contratamos, estavam incluídos: café da manhã, almoço e jantar. As refeições eram bastante fartas e não chegamos a ficar com fome ao longo do dia.

Levamos alguns biscoitos e barrinha de cereal, mas praticamente não comemos nada do que levamos.

Se você não tem nenhuma restrição alimentar ou não come como um “ogro”, acredito que a comida incluída no tour será suficiente. Ainda assim, não custa ter algum lanchinho na mala.

Atenção: não é permitido passar pela fronteira do Chile e Bolívia com produtos frescos, como frutas, leites e derivados, carnes, entre outros.

6.3) Dinheiro

A moeda utilizada na Bolívia é o boliviano. É importante ter dinheiro em espécie em mãos, já que cartões de crédito não são bem aceitos no país. Fizemos o câmbio de peso chileno para bolivianos na cidade de San Pedro de Atacama, no Chile, onde há várias casas de câmbio na região da rua Caracoles.

Para custos fixos, você precisará levar por pessoa:

  • Imposto de fronteira (15 bolivianos por pessoa).
  • Ingressos à parques (186 bolivianos por pessoa).
    • Ingresso à Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa (150 bolivianos por pessoa).
    • Ingresso à Termas de Polques (6 bolivianos por pessoa).
    • Ingresso à Isla Incahuasi (30 bolivianos por pessoa).
  • Acesso a banheiros no caminho (aprox. 6 bolivianos cada entrada).

Atenção: valores de setembro de 2018. Antes de ir, confirme as tarifas no site da Denomades.com.

Acrescente aos custos fixos:

  • Bebidas (alcoólicas e não alcoólicas) nas refeições dos hotéis.
  • Toalhas, calefação nos quartos e banho quente (apenas no caso do tour econômico / compartilhado).
  • Compras de souvenir

No total, a Denomades.com nos sugeriu levar 300 bolivianos por pessoa para as despesas não incluídas na excursão. Levamos 250 bolivianos por pessoa e ainda sobrou um pouco. Lembrando que não somos de fazer compras e compramos apenas alguns pequenos souvenires. Para quem ama compras e pretende comprar roupas, é importante levar mais. 

6.4) Roupas, calçados e outros acessórios

  • Roupas confortáveis, em camadas e adequadas para o frio. Para saber mais sobre como se vestir em camadas, leia o post que escrevemos sobre “Como se vestir no frio intenso“.
  • Bota de trekking ou tênis confortável. Vimos muitas pessoas com bota urbana, até mesmo de saltinho. Definitivamente essa não é uma boa opção. As fotos ficarão lindas, mas você vai estragá-las por completo durante as caminhadas, principalmente nos gêiseres. Além disso, o solado dessas botas não é adequado para terreno escorregadio e acidentes sempre podem acontecer.
  • Biquíni, maiô ou sunga (para Termas de Polques).
  • Toalha
  • Óculos de sol.
  • Chinelo.
  • Protetor solar, protetor labial, soro fisiológico e colírio umectante.
  • Artigos de higiene pessoal e medicamentos.
  • Papel higiênico, lenço umedecido e álcool em gel. Você passará por muitos lugares sem banheiro público e poderá precisar usar as famosas “rocas”, que nada mais são do que pedras!
  • Passaporte ou carteira de identidade. Se você é estrangeiro residente no Chile deve levar ambos para mostrá-los na alfândega.
  • Celular, câmera fotográfica, baterias extras, carregador de tomada e banco de energia (carregador portátil de bateria).
Salar de Uyuni Bolívia tour 4x4

Salar de Uyuni, Bolívia. Foto: Blog Pegadas na Estrada



7) Conjugando o Salar de Uyuni com uma viagem ao Deserto de Atacama

O Salar de Uyuni e o Deserto de Atacama são destinos que se completam. Incluir os dois lugares na mesma viagem é muito simples, já que você pode comprar a sua passagem de avião de ida e volta para Calama (San Pedro de Atacama).

O tour de 4 dias ao Salar de Uyuni parte e volta para San Pedro de Atacama e inclui o traslado de/para o hotel nessa cidadezinha chilena.

Para que você possa aproveitar bem os dois destinos e o dinheiro gasto com as passagens, sugerimos separar de 10 a 11 dias no total.

Veja a seguir o nosso roteiro 11 dias no Deserto do Atacama e no Salar de Uyuni:

8) Imigração entre o Chile e a Bolívia

Como dissemos anteriormente, os tours na Bolívia somente podem ser operados por motoristas e empresas bolivianas. Por esse motivo, as agências de San Pedro de Atacama costumam pegar seus clientes, tantos dos tours privados quanto dos coletivos, nos hotéis e levá-los em van ou micro-ônibus até a fronteira.

Após os trâmites alfandegários, os clientes são apresentados ao motorista boliviano que os guiará em 4×4 em direção ao Salar de Uyuni.

Em resumo, a travessia de fronteira funciona da seguinte maneira. Primeiramente, a van ou micro-ônibus chilenos leva os passageiros até um hangar onde é feito o controle de fronteiras do Chile. Lá, todos os passageiros devem descer e apresentar seus documentos de viagem.

Em seguida, os turistas seguem no mesmo veículo até a imigração boliviana, que fica um pouco mais adiante. A alfândega boliviana, ao contrário da chilena, tem uma estrutura bem simples, funcionando em uma pequena casinha exposta aos intempéries do altiplano. É bom estar muito bem agasalhado, pois a fila é ao ar livre e pode fazer muito frio.

Na imigração boliviana, deve-se apresentar o documento de viagem e pagar uma taxa de entrada de 15 bolivianos. Para brasileiros, o documento de viagem pode ser o passaporte ou RG com menos de 10 anos de expedição. Carteira de motorista ou documentos de classe não são aceitos. A vacina contra febre amarela é obrigatória para entrar no país, embora, na prática, raramente seja solicitada.

Importante lembrar que é proibido atravessar a fronteira levando carnes e frutas frescas e, principalmente, folhas de coca. Sobretudo no trajeto de volta, quando se atravessa da Bolívia para o Chile, a vistoria é bem rigorosa e todas as malas são inspecionadas.

9) Altitude no Salar de Uyuni

O Salar de Uyuni está localizado em uma região de altitude elevadíssima ( até 5.800 metros), onde é comum a ocorrência do chamado “Soroche ou Mal de Altitude”, em pessoas que ainda não estão aclimatadas.

geyseres Bolívia Salar de Uyuni

Geyseres na Bolívia. Foto; RMA / Blog Pegadas na Estrada

Para quem nunca ouviu falar, o Soroche é um conjunto de sintomas, que inclui tontura, dor de cabeça, enjoo e falta de ar.

A primeira medida para evitar esse mal é organizar o seu roteiro por ordem de altitude, deixando os passeios mais elevados para o final.

A boa notícia é que se você vai ao Deserto de Atacama primeiro, provavelmente você já estará acostumado com o ar rarefeito quando chegar na Bolívia. Isso porque, no Atacama, a altitude varia de 2.400 metros a 4.600 metros dependendo do passeio. No Atacama, lembre-se de começar pelos tours mais baixos, como o Vale da Morte, e deixar para o final os de altitude mais elevadas, como o Salar de Tara. Fazendo a progressão correta, você vai acostumando aos poucos com o ar rarefeito e dificilmente sentirá os sintomas do Mal de Altitude.

Se você vai apenas para a Bolívia, sem passar pelo Chile antes, vale a pena ficar pelo menos uns 2 a 3 dias em La Paz primeiro, onde a altitude chega a 3.700 metro, antes de ir para a região do Salar de Uyuni.

9.1) Folha ou chá de coca

Na Bolívia, é comum mascar folha de coca ou beber o chá da planta para amenizar os sintomas do Soroche. De fato, a folha da coca ajuda bastante e é facilmente encontrada no país.

No entanto, nem pense em atravessar a fronteira da Bolívia e Chile com coca ou produtos a base de coca. Muito menos para o Brasil, hein?

9.2) Medicamente para o Soroche

Diamox é um medicamento encontrada no Brasil que é indicado, entre outras doenças, para prevenir e aliviar os sintomas associados à doença aguda das montanhas em alpinistas.

Levamos uma caixinha do Brasil e usamos algumas vezes. Confesso que nos ajudou bastante, inclusive no passeio de Salar de Tara, no Deserto de Atacama, onde não me senti muito bem.

Atenção: antes de comprar o Diamox, no entanto, é importantíssimo conversar com o seu médico, pois nem todas as pessoas podem tomar esse medicamento e reações adversas podem acontecer.  A automedicação e o uso indiscriminado de medicamentos é sempre um risco e pode levar à intoxicação. Tenha cuidado!

10) Seguro de Saúde na Bolívia

Nenhum tour ao Salar de Uyuni inclui seguro de saúde (seguro de viagem). Vale lembrar que o Ministério das Relações Exteriores do Brasil não pode se responsabilizar por despesas médicas de brasileiros no exterior.

Também é importante saber que a Bolívia não dispõe de atendimento médico gratuito para estrangeiros, mesmo em caso de acidentes. Por isso, é essencial a contratação de um seguro de saúde para conhecer o país.

Além da cobertura de saúde, muitos seguros de viagem são úteis em situações de malas extraviadas, cancelamento de voos, assistência odontológica, internação, assistência jurídica e até mesmo evacuação médica ao Brasil nos casos de tratamentos mais sérios.

Seja qual for o seu estilo de viagem e o seu orçamento, vale a pena pesquisar e contratar o seguro mais adequado para as suas necessidades. Nunca viaje sem um seguro!

Sempre que viajamos, pesquisamos na Seguros Promo, que é parceira do blog. A Seguros Promo é uma empresa que compara os seguros de diversos fornecedores, oferecendo sempre o seguro adequado para a sua viagem, com o menor custo possível.

11) Hotéis interessantes nas proximidades do Salar de Uyuni

  • Hotel de Sal Luna Salada: construído de blocos de sal, o hotel apresenta vista da mina de sal de Uyuni, wifi, sala de jogos, restaurante, spa e estacionamento. Um hotel completo e romântico!
  • Hotel de Sal Cristal Samaña: outro hotel construído de sal, nas proximidades do Salar de Uyuni. Oferece transfer de/para o aeroporto de Uyuni, recepção 24 horas, restaurante, depósito de bagagem e quartos completos.
  • Hotel Jardines de Uyuni: localizado em Uyuni a apenas 400 metros do terminal de trem e ônibus. O hotel é perfeito para quem pretende começar ou terminar a viagem em Uyuni.

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A nossa viagem ao Salar de Uyuni contou com a parceria da empresa Denomades.com. Todos os relatos, no entanto, refletem 100% a nossa opinião.

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Sobre o autor

Ela, cheia de imaginação e criatividade. Acredita que o mundo está logo ali. Se vai para o Canadá, por que não dar uma esticadinha até a Rússia, passando pela Islândia e pela Escandinávia? Ele, viajante mais pé no chão, pesquisa todos os detalhes e nunca se mete em furada ou confusão. Juntos, um equilíbrio, e muitas histórias para contar!

12 Comentários

  1. Vi seu blog hoje e achei bem legal. O Salár de Uyuni sempre esteve nos meus planos,mas os perrengues, não. Fiquei curiosa pelos valores pagos para o Tours particular com direito a hotel com WC privado, água quente e Sem compartilhar quarto. Se vc puder informar…..

  2. Salar de Uyuni está na minha lista faz tempo, quantas paisagens incríveis e experiências mágicas nos reserva, não é? Amei as fotos e dicas, devidamente pinado para uma viagem à este lugar de sonho. Beijos.